Dicas para lavar o carro e poupar o meio ambiente
Veja alternativas para não desperdiçar água ou mesmo deixar de usá-la
Camila Franco
Para quem prefere lava-rápidos, mercado oferece opções sustentáveis
Não
é nenhuma novidade que o Brasil detém boa parte do mais importante bem
natural do planeta, a água – em seu território está 13,7% da água doce
do mundo. Também não é novidade que a maioria das pessoas gosta de andar
com seu carro limpo. O que nem todos sabem, porém, é como lavar os
veículos poupando esse recurso que, apesar de ainda abundante em partes
de nosso país, está cada vez mais escasso no mundo. Seja em lava-rápidos
ou em casa, há alternativas para manter o carro e a consciência
“limpinhos”, às vezes até sem usar uma gota de água. Confira algumas
sugestões.
Lavagem em casa
Quase
todo final de semana o comerciante Paulo Fonseca dá um trato no seu
Hyundai i30. “Faço questão de lavá-lo. Os serviços dos lava-rápidos não
me agradam”. Usa detergente neutro para não prejudicar a pintura e uma
mangueira para tirar toda lama. “Costumo viajar para um sítio e não tem
jeito: ele acaba precisando de uma boa lavagem”, justifica. Sobre a água
que consome durante o processo, de cerca de 40 minutos, ele diz: “Já
usei baldes algumas vezes, mas, quando está muito sujo, a mangueira é a
melhor opção. Para economizar, a fecho quando estou ensaboando o
veículo”.
Alexandre usa mangueira adaptada para lavar seu Camaro
Alexandre
Guimarães, engenheiro eletrônico, também não confia nos lava-rápidos e é
outro que vai de carro para seu sítio frequentemente. Lá, aproveita
para lavar com todo cuidado seu “xodó”, um Camaro SS
preto. A alternativa que encontrou para não desperdiçar tanta água? “Uso
um bico que controla a vazão de água, funciona como uma lavadora de
alta pressão. É bem mais prático e rápido”. Pelas suas contas, consome
cerca de 70 litros. “Sem o bico, com certeza, gastaria bem mais”.
As
iniciativas de ambos ajudam a poupar o recurso hídrico. Mas Ricardo
Chahin, um dos responsáveis pelo Programa de Uso Racional da Água
(Pura), da Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp),
alerta que o ideal é que a mangueira fosse substituída por balde. “A
maioria das pessoas gasta até 30 minutos para lavar o carro. Nesse
período, com uma mangueira não muito aberta, são usados 216 litros de
água. Com meia volta de abertura, 560 litros. Agora, com balde, o
consumo é de 40 a 50 litros”. Ele dá ainda outras dicas: “Evite lavar o
automóvel nas épocas em que chove menos e, se possível, lave-o apenas
uma vez por mês”.
O contador Antonio Carlos Silva,
proprietário de uma Space Fox e de um Gol G5, utiliza baldes para lavar
os possantes. “Dá mais trabalho, mas, no final, compensa pelo bem ao
meio ambiente e pela redução de custos”, garante. E ele tem até uma
técnica especial: “Só lavo na sombra para não manchar, e por partes!
Primeiro, o teto, depois a parte dianteira, as laterais e, por fim, a
traseira. Não pode levar muito tempo para enxaguar”, aconselha ele, que
tem a ajuda do filho para carregar os baldes de um lado para o outro.
Mas, e se os carros estão muito sujos? Ele conta: “Nesse caso, a
mangueira é melhor porque limpa mais rápido. Afinal, não adianta gastar
vários baldes de água para remover o que está impregnado”.
Á gua reciclada permite corte de desperdício sem sacrificar a limpeza pesada
Nos lava-rápidos
A
preocupação com o meio ambiente, felizmente, também atinge alguns
proprietários de lava-rápidos. A DryWash, por exemplo, é pioneira em
lavagem sem água. Lito Rodriguez, proprietário da rede, desenvolveu, em
1995, um produto à base de cera de carnaúba capaz de lavar o veículo e
ainda dificultar a adesão de sujeira. Hoje em dia, diversos lava-rápidos
adotam o método, principalmente os localizados em estacionamentos de
shoppings e de supermercados, que não têm como destinar corretamente a
água utilizada no processo de lavagem.
Mas há um porém: o
estado do automóvel. Roberto Barrallobre, dono da rede DryTech, que
também faz lavagem sem água, salienta que esse tipo de serviço é
indicado apenas para os modelos que transitam na cidade. “Apesar de a
procura ter aumentado significativamente nos últimos dez anos, ainda não
é possível limpar um carro cheio de lama com o produto. Não fazemos
milagres”. A gerente da Dry Car Wash do Shopping ABC, Rita de Cássia
Souza, admite: “Não aceitamos carros que estejam muitos sujos, pois não
terão um bom resultado sem o uso de água”.
Dry Car Wash garante limpeza sem uso de água
Para
os carros que estão nessas condições, há uma alternativa ambientalmente
correta: os lava-rápidos que reutilizam água. É o caso do Multilimp,
que usa apenas 40 litros de água nova na lavagem de um carro e o
restante reaproveitado. O Rod Eco Lava Jato, outro exemplo, vai além e
usa 100% de água reciclada. José Carlos Tabet, seu proprietário,
explica: “Temos desníveis no chão que possibilitam que a água dos
processos de lavagens seja armazenada em um ralo. Nele, com a ajuda de
uma bomba, a água é direcionada a cinco tanques, onde passa por
tratamentos químicos e recebe adição de água reciclada da Sabesp para,
enfim, ser reutilizada”.
Outro benefício desse sistema é
captação da água da chuva, também aproveitada. “Nos preocupamos em
construir um lava-rápidos que cuidasse dos carros sem descuidar da
natureza”, salienta Tabet. No Eco Lava Jato, todos os produtos usados
são biodegradáveis. Os panos usados para secagem dos carros são lavados a
cada utilização e, quando velhos, devolvidos para o fornecedor
destiná-los corretamente.
Sistema de lavagem da Rod Eco Lava Jato armazena água de chuvas e da própria lavagem pra reaproveitamento
Serviço:
Lavagem sem água:
http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/Autoesporte/0,,EMI260041-10337,00-DICAS+PARA+LAVAR+O+CARRO+E+POUPAR+O+MEIO+AMBIENTE.html